quinta-feira, 22 de março de 2018

Como o inverno

Às vezes me sinto como o inverno, fria e congelada.
Fria não só pelas mãos e os pés, mas o coração que custa a crer nas pessoas,
É mesmo uma descrença de mim mesma, mas não por falta de fé,
Não sei bem, mas é igual a tristeza crônica, nunca tem fim.
E congelada? Bem, eu parei no tempo, lá na era do gelo,
Não fiz nada que me orgulhe tanto assim,
Fui levando uma vida mediana ou bem abaixo disso,
Porque as expectativas dos outros em relação a mim eram outras,
Até as minhas eram, por isso não culpo ninguém de me criticar
Pelas várias vezes que me destruo e saboto um sonho.
Eu amo a primavera, eu nasci nela, mas eu sou inverno o tempo todo
Carrancuda, mal-humorada e fria.
Não faço mal a ninguém e nem a uma mosca, mas faço mal a mim mesma,
Porque eu vivo sonhando, mas não torno os sonhos reais
Eu os guardo socados na gaveta dentro da minha cabeça.
Rezo por milagres, mas eles não são feitos de mágica,
Somos nós que temos que realizá-los, mas como? Onde? Por quê?
Não sei, realmente não sei e esse é o mal, o não.
O inverno começou, minha depressão nunca se curou,
Mas não quero culpar ninguém pelo meu destino,
A única responsável por ele sou eu e as escolhas que faço todos os dias.
Então pule para a estação seguinte e seja colorida como a primavera.

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